Robôs humanóides: projeção de crescimento de 14 Vezes até 2030

Uma nova geração de robôs humanóides, movida por sensores inovadores, está pronta para transformar fábricas, serviços e a rotina dentro de casa.
Robôs humanoides, cada vez mais vistos como a personificação da inteligência artificial, devem ter um crescimento acelerado na próxima década.

Os robôs humanóides — aqueles que mais parecem uma inteligência artificial em forma física — estão prestes a explodir no mercado nos próximos dez anos. Gigantes como Tesla e BYD já anunciam planos para multiplicar por mais de dez o número de robôs humanóides em suas fábricas entre 2025 e 2026, mirando uma redução de custos superior a 25% por unidade.

O ano de 2025 é visto como o ponto de partida da indústria, com a IDTechEx prevendo que o mercado global para sensores desses robôs — incluindo LiDAR, encoders, sensores de torque, sensores 6-eixos, IMUs, MEMS e câmeras — pode chegar a impressionantes US$ 10 bilhões até 2035. É um oceano de oportunidades para fornecedores de componentes de alta tecnologia. O relatório mais recente da IDTechEx, “Humanoid Robots 2025-2035: Technologies, Markets and Opportunities”, aprofunda as chances de mercado, desafios técnicos, comerciais e regulatórios.

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Quem sai na frente

Entre as aplicações industriais, os setores automotivo e de logística/armazenagem são os que mais têm chamado atenção. Até 2030, a expectativa é que a indústria automotiva puxe a fila na adoção dos robôs humanóides, por conta do histórico de sucesso na automação, da necessidade de produzir em grande volume e do poder de barganha para conseguir preços melhores graças a essa demanda.

Sensores: o cérebro por prás do movimento

Os sensores são a alma do funcionamento dos robôs humanóides, permitindo uma série de funções essenciais. Eles viabilizam a navegação e a identificação de objetos (como LiDAR e câmeras), o controle de força (sensores de torque e táteis) e a gestão da posição e estabilidade (IMUs). Neste artigo, focamos especialmente nos sensores táteis e de navegação, destacando LiDAR e câmeras.

 

Sensores táteis: o toque que faz a diferença

Sensores táteis são cruciais, principalmente nas mãos dos robôs, permitindo pegar e posicionar objetos com precisão. Eles combinam informações como força, pressão, deslizamento e torque para orientar os movimentos da mão conforme o formato, rigidez e textura do objeto. Considerados um dos subsistemas mais valiosos, esses sensores ampliam o controle da pegada e a manipulação, ajustando a força em tempo real para evitar quedas e dispensando a visão para tarefas táteis.

No futuro, sensores táteis também devem ajudar na identificação de objetos, reconhecendo características superficiais e materiais. Tecnologias como sensores capacitivos, ópticos e magnéticos compõem essa categoria. Os sensores ópticos costumam ser os mais precisos, mas isso nem sempre é necessário para as aplicações atuais. Capacitivo e magnético costumam entregar resolução suficiente para a maioria dos casos.

A IDTechEx aposta em sensores capacitivos flexíveis pela sua adaptabilidade, apesar da sensibilidade à umidade e temperatura, que limita o uso em ambientes dinâmicos. Para medições mais complexas, como forças em seis dimensões (6D), soluções magnéticas e ópticas ainda são necessárias. O custo típico dos sensores táteis varia entre US$ 0,4 e US$ 1,2 por mm², dependendo do volume, fornecedor e tecnologia. O relatório da IDTechEx traz detalhes técnicos e comerciais dessas soluções.

 

LiDAR e câmeras: os olhos da máquina

LiDAR e câmeras são tecnologias sensoriais vitais para que os robôs naveguem, evitem colisões e detectem objetos. Em 2025, a maioria dos robôs humanóides usa uma combinação das duas, com exceção do Tesla Optimus, que depende só de câmeras. A combinação é motivada pela complexidade crescente dos ambientes em que os robôs atuam — a visão isolada não dá conta das condições imprevisíveis e dinâmicas do mundo real.

Segundo a Hesai, líder em LiDAR, sistemas baseados só em câmeras funcionam bem em ambientes controlados, como linhas de produção com tarefas e iluminação estáveis. Mas os robôs estão sendo chamados para operar em locais variados e não estruturados, interagindo com pessoas, lidando com variações de luz e espaços complexos. Em situações de luz forte, baixa luminosidade ou mudanças rápidas, sistemas só com câmeras podem perder confiabilidade e gerar riscos na interação humano-robô.

O LiDAR complementa com capacidades indispensáveis: planejamento preciso de rotas, mapeamento 3D em tempo real e detecção confiável de obstáculos, mesmo no escuro. Isso é essencial para tarefas delicadas, como colocar objetos em espaços apertados, evitar obstáculos inesperados em áreas pouco iluminadas ou se movimentar em fábricas fora do horário comercial. Em ambientes de alto risco, como mineração ou túneis, o LiDAR eleva a segurança e precisão, permitindo a exploração segura de terrenos perigosos.

 

O futuro dos sensores em robôs humanóides

Com a expansão prevista para os próximos anos, a demanda por componentes sensoriais vai decolar, ultrapassando os US$ 10 bilhões até 2035. Conforme cresce a necessidade por habilidades manuais refinadas, os sensores táteis terão que ser integrados de forma econômica, garantindo manipulação precisa sem onerar demais o sistema.

Para LiDAR e câmeras, a necessidade de percepção espacial completa em 360° vai guiar as próximas gerações. Diferentemente de veículos autônomos que usam LiDAR frontal de longo alcance para detectar pistas e obstáculos, os robôs humanóides precisam de uma cobertura ampla, com campo de visão amplo e poucos pontos cegos, especialmente para ambientes internos, onde a consciência espacial total e a operação em velocidades menores são fundamentais.

 

Quer se aprofundar? O relatório “Humanoid Robots 2025-2035: Technologies, Markets and Opportunities” da IDTechEx traz todos os detalhes, análises e projeções do mercado. Para conhecer o estudo, acesse IDTechEx.com/HumanoidRobotics.

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