Uma recente pesquisa da Gallup revelou que o engajamento profissional global caiu de 23% para 21% em 2024, gerando uma perda de US$ 438 bilhões à economia mundial. Esse declínio, a segunda queda registrada nos últimos 10 anos, impacta diretamente na produtividade e no desempenho das empresas, especialmente em um cenário pós-pandemia de rápidas mudanças no mercado de trabalho e novas demandas de flexibilidade.
A pesquisa destaca que, apesar da retomada do mercado, as empresas enfrentam desafios com alta rotatividade de funcionários e interrupções nas cadeias de suprimentos. A diminuição do bem-estar dos trabalhadores, com uma queda nas avaliações de vida de 2023 para 2024, também contribui para essa perda. A Gallup estima que, se o engajamento no trabalho fosse otimizado, a produtividade global poderia aumentar em US$ 9,6 trilhões, equivalente a 9% do PIB mundial.
Desafios no mercado de trabalho e flexibilidade reduzida
O contexto atual mostra que a flexibilização do trabalho, inicialmente impulsionada pela pandemia, sofreu recuos em diversas empresas. Com a crescente demanda por trabalho remoto e novas condições de trabalho, algumas companhias, ainda reticentes, estão reduzindo essas opções. Isso tem gerado um impacto direto na satisfação dos trabalhadores e na sua percepção de bem-estar, o que reflete diretamente na produtividade. O resultado é uma economia global que, como aponta a Gallup, poderia ter sua eficiência potencializada se as condições de trabalho fossem mais favoráveis.
O estudo sugere que o engajamento não só melhora o ambiente interno das empresas, mas também reflete na economia global. Com a tendência crescente de inovação e adaptação, é crucial que as empresas busquem novas formas de melhorar a satisfação dos funcionários, garantindo um equilíbrio entre a flexibilidade e as expectativas do mercado.
Investir no bem-estar profissional é o caminho para recuperação
O estudo deixa claro que, para reverter a queda no engajamento, é necessário um foco estratégico na saúde organizacional e no equilíbrio entre vida pessoal e profissional. O investimento em programas de bem-estar e a criação de um ambiente de trabalho mais flexível não só favorecem a produtividade, mas também resultam em uma força de trabalho mais satisfeita e comprometida. O impacto dessa transformação será refletido não apenas nas empresas, mas na economia global como um todo.
Em um cenário no qual o engajamento é crucial para o crescimento econômico, ações imediatas podem gerar benefícios a longo prazo. Para o Brasil, que vive um processo de recuperação econômica, esses dados podem servir de alerta para o setor corporativo local, especialmente diante da necessidade de reinvenção pós-pandemia.