Empresas americanas ampliam investimentos em inovação e projetam crescimento de longo prazo

Mesmo com incertezas econômicas e geopolíticas, grandes empresas dos EUA intensificam seus investimentos em tecnologia, IA e infraestrutura como aposta estratégica para sustentar o crescimento nas próximas décadas
Trabalhador de empresas americanas operando uma linha de produção automotiva automatizada

Enquanto analistas seguem debatendo inflação, déficits públicos e tensões comerciais globais, um dado passou quase despercebido: as empresas do S&P 500 estão investindo como nunca. Desde 2022, os gastos com capital fixo (capex) vêm crescendo em ritmo mais acelerado que as próprias receitas — e em 2025 a tendência se consolida. De acordo com artigo publicado recentemente pela Reuters, A previsão é que os investimentos aumentem 9,4% acima do crescimento das vendas, um salto significativo em relação aos 2,5% projetados no início do ano.

Esse movimento reflete uma mudança de mentalidade corporativa: preparar-se para o futuro deixou de ser um diferencial e virou necessidade. Após os choques da pandemia, da guerra na Ucrânia e das crises nas cadeias de suprimento, as empresas estão investindo pesado para garantir produtividade, resiliência e autonomia tecnológica. E isso inclui desde data centers com inteligência artificial até fábricas redesenhadas nos EUA para reduzir dependência externa.

 

IA, reshoring e megainvestimentos: o motor oculto das empresas americanas

Parte do impulso atual em capex vem das chamadas “Magníficas 7” — gigantes de tecnologia que, juntas, devem investir em média US$ 37 bilhões cada em 2025. Oracle, Super Micro Computer e Costar Group estão entre as líderes dessa onda, impulsionadas pelo avanço da IA generativa, que exige infraestrutura robusta e energética. Ao lado delas, empresas do setor de energia e utilities também estão acelerando, criando um ecossistema completo de suporte tecnológico.

Outro motor do investimento é o reshoring industrial, tendência de reindustrialização local nos EUA. Empresas de automação, semicondutores e eletrônicos estão trazendo parte da produção de volta ao território americano, tanto por questões logísticas quanto por incentivos da atual política industrial. A meta: evitar novos gargalos e fortalecer a capacidade de resposta das cadeias produtivas.

Apesar da possível alta de tarifas sobre microchips e aço — o que poderia encarecer projetos — o consenso entre analistas é que, enquanto os retornos sobre o capital investido (ROIC) superarem o custo de capital, esses investimentos continuarão sendo vantajosos. Ou seja, mesmo em um cenário desafiador, há uma lógica de longo prazo guiando os líderes do mercado. E, para o restante da indústria, a mensagem é clara: investir com visão estratégica é o novo caminho para crescer com solidez.

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