Em um cenário econômico incerto, com empresas brasileiras enfrentando custos crescentes e desafios na cadeia de suprimentos, a tentação de adiar os objetivos de sustentabilidade é grande. Muitos líderes industriais, como os de empresas do setor de alimentos, por exemplo, sentem que o foco principal deve ser a produção. No entanto, essa abordagem seria um erro estratégico, e aqui estão os motivos:
O Olhar Atento dos Stakeholders
Ignorar a sustentabilidade é arriscado. Clientes, funcionários, parceiros, investidores e órgãos reguladores esperam que as empresas não apenas produzam, mas o façam de forma sustentável.
Consumidores Conscientes: Os consumidores brasileiros, cada vez mais, priorizam empresas com práticas sustentáveis. Eles querem apoiar marcas que traduzem promessas em ações concretas, influenciando toda a cadeia de suprimentos, como acontece com os consumidores de produtos da Natura, por exemplo.
Atração de Talentos: A dificuldade em atrair profissionais qualificados é um desafio constante para a indústria brasileira. A sustentabilidade é um diferencial importante, especialmente para a Geração Z, que busca empresas comprometidas com o meio ambiente. Empresas como a Magazine Luiza, com suas iniciativas de responsabilidade social, se destacam nesse quesito.
Regulamentação Futura: A regulamentação ambiental no Brasil tende a se intensificar. Empresas que investem em tecnologias sustentáveis antecipam-se às exigências, tornando-se mais eficientes e competitivas.
Vantagem Competitiva e Resiliência
A pesquisa demonstra que empresas sustentáveis têm maior probabilidade de sucesso. Elas se tornam mais eficientes, coletam dados valiosos com tecnologias digitais e exploram novas formas de produção. Um estudo recente da Fundação Dom Cabral (FDC) aponta que empresas com DNA de sustentabilidade superam seus pares em 21% em lucratividade e impacto socioambiental positivo.
Tecnologias Transformadoras ao Alcance
Tecnologias avançadas, como realidade estendida, Internet das Coisas e gêmeos digitais, estão revolucionando a manufatura sustentável. Elas permitem diagnósticos remotos, treinamentos imersivos e otimização de processos. Durante a pandemia, empresas brasileiras, como a Suzano, utilizaram tecnologias de monitoramento remoto para manter suas operações, por exemplo.
Inovação e Colaboração
A inovação não espera, e a concorrência também não. Adiar a sustentabilidade é um risco. É hora de buscar ideias dentro e fora do ecossistema da empresa. O que outros setores, como petróleo e gás, logística ou saúde, estão fazendo? Quais retornos sobre o investimento (ROI) eles estão obtendo? A colaboração com outras empresas e parceiros tecnológicos é fundamental para impulsionar a sustentabilidade.
A gestão da transformação em tempos de incerteza exige coragem. No entanto, existem recursos disponíveis, como sessões de benchmarking com outras empresas e demonstrações personalizadas de tecnologias, que auxiliam na construção de programas de sustentabilidade eficazes.
A adoção da manufatura sustentável e das tecnologias que a viabilizam permite que as empresas brasileiras superem os desafios atuais e se posicionem como líderes no futuro. Agora não é hora de pausar, mas sim de acelerar.