A urgência da automação nas indústrias pesadas no Brasil

A automação nas indústrias pesadas brasileiras emerge como urgência estratégica para garantir eficiência operacional e segurança em processos complexos, especialmente em setores como petróleo e gás.
Portal da Produtividade - A urgência da automação nas indústrias pesadas

A automação tem transformado radicalmente as indústrias pesadas no Brasil, emergindo como uma necessidade urgente diante da complexidade e das exigências dos processos produtivos. Em setores como o de petróleo e gás, que movimenta bilhões na economia nacional, a integração de milhares de operações em tempo real é vital para assegurar eficiência e evitar paralisações ou acidentes graves. Sistemas automatizados, como os de controle de turbomaquinarias, equipados com sensores e algoritmos avançados, monitoram variáveis críticas como rotação e temperatura, ajustando-as instantaneamente para otimizar o desempenho e prevenir falhas. Esse nível de agilidade e precisão é essencial em ambientes extremos, como plataformas offshore, onde as condições de pressão e corrosão desafiam constantemente os equipamentos.

No contexto brasileiro, a Petrobras ilustra bem a aplicabilidade dessa tecnologia. Em suas unidades na Bacia de Campos, sistemas de automação gerenciam turbinas e compressores, garantindo a continuidade da extração de petróleo mesmo sob adversidades climáticas ou desgaste mecânico. Essa capacidade não só eleva a produtividade, reduzindo o tempo de inatividade, mas também reforça a segurança operacional, atendendo às normas rigorosas da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e evitando desastres como o vazamento de 2011. Além disso, a automação diminui a dependência de intervenções manuais arriscadas, cortando custos e protegendo vidas, o que é crucial em um setor que responde por cerca de 13% do PIB nacional, segundo dados do IBGE, destacando sua relevância para a competitividade e sustentabilidade industrial no país. Vamos explorar os principais benefícios da automação em indústrias pesadas:

 

Maior Eficiência e Precisão

A implementação de sensores e equipamentos de medição em plantas industriais é um pilar fundamental para o avanço da automação no Brasil, especialmente em setores que demandam alta confiabilidade nos dados coletados. Sistemas automatizados, equipados com tecnologias como sensores de pressão, temperatura e vazão, garantem medições precisas e contínuas, eliminando erros humanos e fornecendo informações em tempo real aos operadores. Esse fluxo constante de dados permite o monitoramento detalhado de variáveis críticas, como o comportamento de fluidos em tubulações ou reatores, essencial para cumprir normas técnicas rigorosas, como as da NBR 15.980, que regula sistemas de automação industrial no país, assegurando operações mais seguras e eficientes.

Um exemplo prático dessa aplicabilidade é visto na indústria petroquímica brasileira, como nas operações da Braskem. Em suas unidades de produção de polietileno, sensores integrados a sistemas automatizados monitoram o fluxo de matérias-primas e produtos químicos em tempo real, ajustando automaticamente parâmetros para evitar desvios que possam comprometer a qualidade ou a segurança. Essa precisão não apenas otimiza o uso de recursos, reduzindo desperdícios, mas também fortalece a aderência aos protocolos ambientais e de segurança exigidos pela legislação brasileira, como os definidos pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), consolidando a competitividade da empresa em um mercado global que valoriza eficiência e sustentabilidade.

 

Controle de Sinal com Maior Precisão

Nas indústrias pesadas do Brasil, o controle de fluxo é uma variável determinante para o sucesso operacional, demandando sensores de alta precisão capazes de captar e transmitir dados em condições adversas, como altas pressões ou temperaturas extremas. Sistemas de automação avançados, integrados a tecnologias como sensores ultrassônicos e eletromagnéticos, processam grandes quantidades de informações em tempo real, permitindo a interpretação rápida e exata do comportamento de fluidos ou gases em processos industriais. Essa capacidade reduz significativamente a ocorrência de falhas, como obstruções ou vazamentos, aumentando a confiabilidade e a continuidade das operações, algo essencial em setores que operam com margens de erro mínimas.

Um exemplo claro dessa aplicação está na indústria de óleo e gás, como nas plataformas offshore da Petrobras. Nessas unidades, sistemas automatizados de controle de sinal monitoram o fluxo de petróleo e gás natural em dutos submarinos, utilizando sensores de precisão para detectar variações mínimas que poderiam indicar problemas como corrosão ou acúmulo de sedimentos. Com isso, ajustes são feitos instantaneamente, evitando paradas não planejadas e garantindo a conformidade com normas da Agência Nacional do Petróleo (ANP), que exigem padrões elevados de segurança e eficiência. Essa tecnologia não só protege os ativos da empresa, mas também minimiza riscos ambientais, como os vazamentos que já impactaram regiões como o litoral do Rio de Janeiro, reforçando a importância da automação no cenário brasileiro.

 

Análise Avançada de Dados

A análise avançada de dados por meio de sistemas de controle é um diferencial nas indústrias brasileiras, transformando dados brutos em insights estratégicos que aprimoram a gestão de processos complexos. Tecnologias como CLPs (Controladores Lógicos Programáveis) e sistemas SCADA (Supervisory Control and Data Acquisition) realizam funções críticas, como medição de frequência, contagem de pulsos e detecção de faixas de sinal, processando informações em tempo real para otimizar o desempenho de equipamentos. Esse monitoramento contínuo reduz a sobrecarga em ativos industriais, prolongando sua vida útil e minimizando falhas, ao mesmo tempo em que eleva os padrões de segurança e eficiência, alinhando-se às exigências de normas como a NR-12, que regula a proteção em ambientes industriais no Brasil.

Na prática, esse conceito é aplicado com sucesso na indústria siderúrgica, como nas operações da Gerdau. Em suas plantas de produção de aço, sistemas de controle avançados analisam dados de fornos e laminadores, monitorando variáveis como temperatura e vibração para ajustar automaticamente o funcionamento das máquinas. Isso permite a detecção precoce de anomalias, como desgaste excessivo ou desvios de performance, evitando paradas custosas e garantindo a consistência do produto final. Além de aumentar a eficiência operacional, essa abordagem reduz o consumo energético e os riscos aos trabalhadores, consolidando a posição da empresa no mercado nacional e internacional, onde a precisão e a sustentabilidade são cada vez mais valorizadas.

 

Melhor Aproveitamento de Energia

Os sistemas automatizados têm revolucionado o uso de energia nas indústrias brasileiras ao integrar fontes alternativas, como solar, térmica, magnética, eólica e de pressão, em processos produtivos que tradicionalmente dependem de recursos convencionais. Equipados com tecnologias como inversores inteligentes e controladores de carga, esses sistemas ajustam o consumo energético em tempo real, priorizando fontes renováveis quando disponíveis e otimizando a eficiência por meio de algoritmos avançados. Essa abordagem não só reduz os custos operacionais com energia, que no Brasil podem ser elevados devido à dependência de tarifas elétricas variáveis, mas também alinha as operações aos objetivos de sustentabilidade, atendendo a metas ambientais como as do Acordo de Paris, do qual o país é signatário.

Um exemplo concreto dessa aplicação ocorre na indústria de papel e celulose, como nas fábricas da Suzano. Nessas unidades, sistemas automatizados gerenciam a integração de energia térmica proveniente do reaproveitamento de biomassas (como o bagaço da cana) com fontes solares instaladas em áreas próximas às plantas. Sensores e softwares de automação monitoram a demanda energética e alternam entre essas fontes de forma dinâmica, reduzindo em até 30% os custos com eletricidade, conforme relatórios do setor, e diminuindo a pegada de carbono da produção. Esse modelo fortalece a competitividade da empresa no mercado global, ao mesmo tempo em que contribui para a matriz energética mais limpa do Brasil, um país que já tem cerca de 80% de sua eletricidade oriunda de fontes renováveis, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

 

Distribuição Eficiente de Energia

A distribuição eficiente de energia é um pilar crítico para o funcionamento ininterrupto das indústrias pesadas no Brasil, onde o fornecimento contínuo é desafiado por fatores como instabilidades na rede elétrica e condições ambientais adversas. Sistemas de automação, equipados com tecnologias como relés inteligentes e softwares de gestão energética, monitoram e controlam a alocação de energia em tempo real, ajustando-a conforme a demanda de cada setor da planta industrial. Isso garante que equipamentos essenciais operem sem interrupções, mesmo em situações extremas, como picos de consumo ou falhas externas, reduzindo desperdícios e otimizando o desempenho, em conformidade com normas como a NBR 5410, que regula instalações elétricas no país.

Na indústria de mineração, a Vale exemplifica essa aplicação em suas operações no Pará, como na mina de Carajás. Sistemas automatizados gerenciam a distribuição de energia para britadores, correias transportadoras e sistemas de bombeamento, priorizando a alocação para áreas críticas durante períodos de alta demanda ou oscilações na rede elétrica regional. Essa gestão inteligente não só evita paradas inesperadas, que poderiam custar milhões em perdas de produção, mas também reduz o consumo desnecessário, alinhando-se às metas de eficiência energética da empresa. Em um setor que responde por cerca de 4% do PIB brasileiro, segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), essa otimização reforça a resiliência operacional e a sustentabilidade em um cenário de crescente pressão por recursos energéticos.

 

As Indústrias Pesadas já estão no Caminho Certo

A automação nas indústrias pesadas do Brasil consolidou-se como um divisor de águas, unindo eficiência operacional, segurança e sustentabilidade em um cenário marcado por desafios técnicos e econômicos. Desde o controle preciso de turbomaquinarias na extração de petróleo até a gestão inteligente de energia em plantas de mineração e siderurgia, os sistemas automatizados têm permitido às empresas brasileiras, como Petrobras, Vale e Gerdau, enfrentarem condições extremas com maior confiabilidade e menor impacto ambiental. Essa revolução tecnológica não apenas atende às normas rigorosas de segurança e qualidade, como as da ANP e da NR-12, mas também posiciona o país como um competidor mais robusto no mercado global, onde a produtividade e a inovação são imperativas.

Olhando para o futuro, a urgência da automação só tende a crescer, impulsionada pela necessidade de otimizar recursos e reduzir custos em um contexto de crescente demanda por bens industriais e energia limpa. A integração de fontes alternativas, como solar e eólica, e a análise avançada de dados em tempo real demonstram o potencial transformador dessas tecnologias, que já beneficiam gigantes como Suzano e Braskem. Com um mercado interno em expansão e uma matriz energética favorável, o Brasil tem a oportunidade de liderar a adoção de soluções automatizadas, garantindo não só a resiliência de suas indústrias pesadas, mas também um legado de desenvolvimento sustentável para as próximas gerações.

Compartilhe esta notícia:

Assine a newsletter gratuita do SmarterFeed

Assine nossa newsletter

O futuro da inovação, agora.