Em um marco histórico para a medicina americana, cirurgiões do Baylor St. Luke’s Medical Center realizaram o primeiro transplante de coração totalmente robótico já feito nos Estados Unidos — e o melhor: sem precisar abrir o tórax do paciente.
O procedimento inovador foi conduzido pelo Dr. Kenneth Liao, que utilizou pequenas incisões para implantar o coração pelo espaço pré-peritoneal, evitando o tradicional corte no peito e a abertura do esterno.
“Abrir o tórax e afastar o osso esternal pode comprometer a cicatrização, atrasar a reabilitação e prolongar a recuperação, especialmente em pacientes que fazem uso de imunossupressores após o transplante”, explicou Liao em comunicado oficial. “Com a abordagem robótica, preservamos a integridade da parede torácica, reduzindo o risco de infecções e facilitando a mobilidade precoce, a função respiratória e a recuperação geral do paciente.”
Fique por dentro!
Um transplante de coração totalmente robótico é um procedimento cirúrgico inovador onde o órgão é implantado utilizando tecnologia robótica, por meio de pequenas incisões, sem a necessidade de abrir o tórax do paciente.
A cirurgia robótica reduz o risco de infecção, diminui o sangramento e a necessidade de transfusões, acelera a recuperação, preserva a integridade da parede torácica e melhora a mobilidade e a função respiratória do paciente.
Embora o transplante cardíaco robótico esteja em estágio inicial no Brasil, centros de excelência já utilizam cirurgia robótica para outros procedimentos cardíacos, e o país caminha para incorporar essa tecnologia também em transplantes.
Você sabia?
Pesquisadores estão usando realidade virtual e simulações robóticas para “treinar” corações artificiais antes de serem implantados em pacientes — isso permite ajustar com precisão os dispositivos para o corpo de cada paciente, reduzindo riscos e melhorando a adaptação do órgão tecnológico.
Em alguns casos, cirurgiões “pilotam” braços robóticos em ambientes virtuais para praticar procedimentos complexos, quase como um videogame hiperrealista. Essa combinação de IA, robótica e RV é uma das fronteiras mais inusitadas da inovação em transplantes cardíacos.
O pioneiro e o impacto do procedimento
O paciente, um homem de 45 anos hospitalizado desde novembro de 2024 por insuficiência cardíaca avançada, passou pela cirurgia em março de 2025 e recebeu alta um mês depois, sem complicações.
Além da menor invasividade, o transplante robótico traz outros benefícios significativos: menor sangramento, redução da necessidade de transfusões e menos riscos durante o procedimento em comparação com a cirurgia cardíaca tradicional.
“Este transplante mostra o que é possível quando inovação e experiência cirúrgica se unem para elevar o cuidado ao paciente. Nosso objetivo é oferecer procedimentos cada vez mais seguros, eficazes e minimamente invasivos — e a tecnologia robótica nos permite fazer isso de forma extraordinária”, destacou Liao.
Vale lembrar que, em 2024, cirurgiões na Arábia Saudita também atraíram a atenção mundial ao realizarem o primeiro transplante cardíaco totalmente robótico do mundo, em um paciente de 16 anos com insuficiência cardíaca terminal.
Avanços da cirurgia robótica cardíaca no Brasil
No Brasil, a cirurgia robótica cardíaca tem ganhado espaço nas principais instituições de saúde, impulsionada por investimentos em tecnologia e formação de equipes especializadas. Centros como o Instituto do Coração (InCor) e hospitais privados de ponta já realizam procedimentos cardíacos assistidos por robô, incluindo correções valvulares e revascularizações, que antes demandavam cirurgias abertas mais invasivas. Embora o transplante cardíaco robótico ainda esteja em estágio inicial por aqui, os avanços recentes sinalizam um caminho promissor para que esse tipo de procedimento também seja incorporado à rotina clínica brasileira em breve.
O desafio para o país envolve não apenas a aquisição de tecnologia de ponta, mas também a capacitação contínua de profissionais e a adaptação dos sistemas de saúde para apoiar essas inovações. Com a crescente adoção de protocolos minimamente invasivos e o fortalecimento da pesquisa clínica, o Brasil está alinhado com a tendência global de oferecer cirurgias mais seguras, com recuperação acelerada e menor impacto no paciente. Assim, a medicina brasileira reforça seu compromisso com a inovação e a qualidade, aproximando-se cada vez mais do futuro da saúde digital e sustentável.