Transplante de coração sem abrir o peito? Médicos dos EUA acabaram de fazer isso só com robôs

Em um marco histórico para a medicina americana, cirurgiões do Baylor St. Luke’s Medical Center realizaram o primeiro transplante de coração totalmente robótico já feito
Centro cirugico realizando transplante de coração com auxílio de robôs

Em um marco histórico para a medicina americana, cirurgiões do Baylor St. Luke’s Medical Center realizaram o primeiro transplante de coração totalmente robótico já feito nos Estados Unidos — e o melhor: sem precisar abrir o tórax do paciente.

O procedimento inovador foi conduzido pelo Dr. Kenneth Liao, que utilizou pequenas incisões para implantar o coração pelo espaço pré-peritoneal, evitando o tradicional corte no peito e a abertura do esterno.

“Abrir o tórax e afastar o osso esternal pode comprometer a cicatrização, atrasar a reabilitação e prolongar a recuperação, especialmente em pacientes que fazem uso de imunossupressores após o transplante”, explicou Liao em comunicado oficial. “Com a abordagem robótica, preservamos a integridade da parede torácica, reduzindo o risco de infecções e facilitando a mobilidade precoce, a função respiratória e a recuperação geral do paciente.”

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Você sabia?

Pesquisadores estão usando realidade virtual e simulações robóticas para “treinar” corações artificiais antes de serem implantados em pacientes — isso permite ajustar com precisão os dispositivos para o corpo de cada paciente, reduzindo riscos e melhorando a adaptação do órgão tecnológico.

Em alguns casos, cirurgiões “pilotam” braços robóticos em ambientes virtuais para praticar procedimentos complexos, quase como um videogame hiperrealista. Essa combinação de IA, robótica e RV é uma das fronteiras mais inusitadas da inovação em transplantes cardíacos.

O pioneiro e o impacto do procedimento

O paciente, um homem de 45 anos hospitalizado desde novembro de 2024 por insuficiência cardíaca avançada, passou pela cirurgia em março de 2025 e recebeu alta um mês depois, sem complicações.

Além da menor invasividade, o transplante robótico traz outros benefícios significativos: menor sangramento, redução da necessidade de transfusões e menos riscos durante o procedimento em comparação com a cirurgia cardíaca tradicional.

“Este transplante mostra o que é possível quando inovação e experiência cirúrgica se unem para elevar o cuidado ao paciente. Nosso objetivo é oferecer procedimentos cada vez mais seguros, eficazes e minimamente invasivos — e a tecnologia robótica nos permite fazer isso de forma extraordinária”, destacou Liao.

Vale lembrar que, em 2024, cirurgiões na Arábia Saudita também atraíram a atenção mundial ao realizarem o primeiro transplante cardíaco totalmente robótico do mundo, em um paciente de 16 anos com insuficiência cardíaca terminal.

Avanços da cirurgia robótica cardíaca no Brasil

No Brasil, a cirurgia robótica cardíaca tem ganhado espaço nas principais instituições de saúde, impulsionada por investimentos em tecnologia e formação de equipes especializadas. Centros como o Instituto do Coração (InCor) e hospitais privados de ponta já realizam procedimentos cardíacos assistidos por robô, incluindo correções valvulares e revascularizações, que antes demandavam cirurgias abertas mais invasivas. Embora o transplante cardíaco robótico ainda esteja em estágio inicial por aqui, os avanços recentes sinalizam um caminho promissor para que esse tipo de procedimento também seja incorporado à rotina clínica brasileira em breve.

O desafio para o país envolve não apenas a aquisição de tecnologia de ponta, mas também a capacitação contínua de profissionais e a adaptação dos sistemas de saúde para apoiar essas inovações. Com a crescente adoção de protocolos minimamente invasivos e o fortalecimento da pesquisa clínica, o Brasil está alinhado com a tendência global de oferecer cirurgias mais seguras, com recuperação acelerada e menor impacto no paciente. Assim, a medicina brasileira reforça seu compromisso com a inovação e a qualidade, aproximando-se cada vez mais do futuro da saúde digital e sustentável.

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